Maior desafio: a luta em defesa do piso salarial



Educação e desenvolvimento precisam ser prioridades de forma concreta

Tecendo a manhã
João Cabral de Melo Neto

Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que amanha, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendo para todos, no toldo
(a manhã), que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, ele eleva por si: luz do balão.


domingo, 8 de março de 2009

Jocelin Bezerra: Mestre Cornélio - dedicação e símbolo da cultura potiguar

O Mestre Cornélio Campina deixa saudades e boas lembranças. Bravo protetor da identidade cultural potiguar e criador do tradicional Grupo de Dança Araruna, o Mestre continua inspirando cartas como a do professor Jocelin Bezerra.
Mestre Cornélio Campina
Me comoveu a noticia pelo rádio da morte de um dos timoneiros e bravo resistente da cultura potiguar: o Mestre Cornélio. Fez relembrar o primeiro contato com este homem que foi orientado por Câmara Cascudo a criar a sociedade de danças antigas Araruna, que se localiza no bairro das Rocas.

Este primeiro contato foi na Escola Estadual Café Filho, onde houve uma apresentação do Grupo de Danças Araruna, depois também descobri que além de Mestre ele era pai de de dois grandes amigos meus: Ione e Bila (ex-zagueiro do ABC).

Mestre Cornélio Campina (1909-2008) deixa para nós um legado importante de nossas tradições culturais que não são contemplados no currículo das Escolas Públicas, não recebem o devido valor por representar os costumes, a arte da época e a vivencia de uma cidade praieira que foi Natal.

Além da notícia da morte do Mestre, soube que estão fechando a Escola Estadual Café Filho que acolhe os filhos dos trabalhadores e excluídos: é o Estado fechando uma porta de conhecimento, de estímulo e reciclagem do futuro cidadão.

Aqui aproveito momento, para solicitar um salve a cultura do povo, e sua educação; um povo sem memória e educação pública esta legado ao esquecimento no futuro.

por Jocelin de Lima Bezerra - Professor
# Texto publicado originalmente n'O Jornal de Hoje

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