Maior desafio: a luta em defesa do piso salarial



Educação e desenvolvimento precisam ser prioridades de forma concreta

Tecendo a manhã
João Cabral de Melo Neto

Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que amanha, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendo para todos, no toldo
(a manhã), que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, ele eleva por si: luz do balão.


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS TÊM MOTIVOS DE SOBRA PARA DEFLAGRAR GREVE

A assembléia geral dos trabalhadores em educação do Estado e Município está marcada para 09 de fevereiro, segunda-feira. Será às 08 horas no Churchill. Decidirá pela deflagração da greve geral das duas redes.
A categoria tem motivos de sobra para não iniciar o ano letivo. No Estado, houve uma complementação irrisória do valor equivalente ao piso de 30 horas em 2009. Isso para quem está em início de carreira. Os professores têm um Plano de Carreira, mas não tem carreira. Há anos não tem promoção.
E o Secretário de Educação do Estado diz que está cumprindo a lei implementando o Piso Salarial no Estado. Além de não pagar as promoções devidas, desrespeita o Plano de Carreira quando não aplica o percentual entre as letras e os níveis, a carreira.
E os funcionários não têm salários dignos nem carreira. Iniciam e terminam a vida profissional com o mesmo salário ínfimo.
É uma vergonha! Total desrespeito ao magistério e aos funcionários da educação. O Governo Vilma deu às costas à educação do Rio Grande do Norte.
Na rede municipal de Natal, os professores têm a carreira assegurada e o mecanismo de repasse da inflação, fruto da força da categoria demonstrada através de muita luta e inclusive da última greve. Mas o salário está muito defasado. As perdas salariais estão em 34%, mas a Prefeitura está oferecendo apenas 5%. Insignificante, diante do valor que os profissionais da educação têm para a sociedade. Os professores de Natal merecem remuneração digna.
Ainda mais, os educadores infantis não são reconhecidos como professores nem fazem parte do Plano de Carreira do Magistério. Não existe justificativa lógica para essa situação. Uma incoerência.
Mas é lamentável que não tenha havido preparação suficiente da greve na comunidade escolar. Nem o Congresso previsto no Estatuto do sindicato. As ações não podem ficar centralizadas. Para fazer uma greve forte e vitoriosa é necessário unidade, firmeza e participação.
E apoio da sociedade por que a educação é interesse de todos.

Um comentário:

Leilton Lima disse...

Oi Rosália, parabéns pela iniciativa. Você, como sempre, atuando com pioneirismo na comunicação sindical.