Saída para crise passa por redução da taxa de juros, diz economistaMestre em Ciências Políticas defende iniciativas do governo brasileiro, mas adverte que é necessário ações mais ofensivas: diminuir juros e resguardar a renda dos trabalhadores para enfrentar a crise internacional
Na palestra A crise capitalista contemporânea e seus reflexos no Brasil, organizada pela CTB-RN e ADURN, ontem, 11, no auditório do CTGÁS, em Natal, o professor de Economia Lécio Morais afirmou que o Governo Lula tem tomado medidas corretas para enfrentar a crise internacional, mas advertiu que as iniciativas são, por enquanto, apenas defensivas.
Após analisar a origem da crise, ressaltando seu caráter cíclico e sistêmico, o economista afirmou que as perspectivas não são animadoras, pois se anuncia um grande período de inconstância e estagnação. “Com a pressão de fuga de capitais e a destruição de capital sendo empurrada de um país para outro, será criada uma situação de estresse inter-estatal, e isso pode gerar mais conflitos internacionais e instabilidade.”
Morais também afirma que haverá muita pressão para que a redução de custos recaia sobre a renda dos trabalhadores, e isso poderá gerar dois tipos de resistência: as lutas para não perder empregos e salários e as lutas mais radicais, de dimensões ideológicas, visando a mudanças no sistema.
Juros sabotam economia brasileira
No Brasil, segundo o professor, as medidas de enfrentamento da crise são acertadas, com reposição da oferta de crédito, manutenção da produção – conservando empregos e capacidade de compra da população – e controle de algumas fontes de instabilidade. No entanto, o economista afirma que elas apenas amenizam o impacto da crise, e é necessário cobrir a vulnerabilidade de nosso mercado de capitais.
“Com o risco de fuga de capitais, o governo tem de reduzir a taxa de juros. Não é possível suportar a demanda interna e tentar impedir essa fuga de investimentos com esses índices. Todo o esforço do governo é sabotado e torpedeado pelos juros”, disse Morais. O economista ainda ressaltou que é preciso fazer a defesa da renda e da previdência dos trabalhadores, “porque o mundo vai mudar, e é preciso se preparar”.
A palestra, que contou com a participação dos acadêmicos do curso de Economia da UFRN, representantes de entidades sindicais e trabalhadores da educação, foi apresentada pelo diretor de política sindical da ADURN, Wellinton Duarte, pelo diretor executivo da CTB Nacional, Divantilton Pereira, e pelo presidente da CTB-RN, João Oliveira. Também presentes ao evento, Fafá Viana e Antenor Roberto, presidentes municipal e estadual do PCdoB, respectivamente, além de George Câmara, vereador eleito pela legenda em Natal.
Fonte: Blog do PCdoB
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