Rodrigo Sena
Maria Nazaré Fernandes de Souza, 104 anos, carnavalesca, passista e madrinha da Escola de Samba Malandros do Morro é mãe, avó, bisavó e tataravó; 7 filhos, 23 netos, 42 bisnetos e 16 trinetos.Para quem acha que disciplina se obtém com dureza, a carnavalesca Maria Nazaré Fernandes de Souza, 104 anos, mais conhecida como dona Nenén, apresenta outro molde de conquistar o respeito e amor dos descendentes: a alegria da folia. O trecho cantado pelos Novos Baianos - “Nasci com o samba. No samba me criei. E do danado do samba nunca me separei” - poderia ter sido inspirada nesta família de sete filhos, 23 netos, 42 bisnetos e 16 tataranetos que entre outros costumes familiares, cultivam o amor ao carnaval.
Na casa em que tudo acaba em batucada, as divergências inerentes as realidades de mundo em que foram criados quase sempre rendem boas histórias e exemplos contados pela centenária. Algumas experiências como o diálogo aberto, a atribuição de responsabilidades desde pequenos e as reuniões que acabam em festas são preservados nas quatro gerações. Outras, como manter os filhos prisioneiros em casa, garante a filha mais velha Maria do Carmo Fernandes de Souza, 70, não se aplica a realidade atual. “Fiz o inverso, deixei meus quatro filhos irem e virem e nunca me desobedeceram os horários estipulados”, diz a filha . Filho que cresce solto, adverte a tataravó, se cria preguiçoso e vadio e sofre quando sai de casa. “rua não tem nada a oferecer a criança”. As maucriações, observa, são passíveis de boas palmadas. Toda mãe, uma vez na vida, deve dar uma surra que faça o filho entender que o que fez é errado”.
A lição se reflete na criação dos tataranetos Aline (14), João Matheus (8), Patrick(4), Tierry (3) e Marcos Vinícius, 1 anos, filhos da bisneta Ana Cláudia Fernandes da Silva, 28. Vulneráveis a situações de risco, ela considera a tarefa de ser mãe mais difícil do que quando dona Nenén iniciava a prole. “Não gosto de vê-los na casa dos outros”. A liberdade a que teve direito precisar ser melhor assistida. Grávida aos 14 anos ela prefere garantir que a infância e adolescência dos filhos não seja interrompida.
Em meio a alegorias e enredos, a obediência dos filhos foi erguida em meio a firmeza para mostrar que “ser alegre é bom, mas nem toda alegria convém”. A idade também não privou das decisões da família. “Até hoje, diante de situações graves todos vem se aconselhar com ela”, confessa a neta Rosemary Fernandes da Silva, 44, mãe de Ana Claudia. Neste dia das Mães, a madrinha da escola de samba Malandros do Morro, será homenageada pelos passistas.
Matriarca: Maria Nazaré Fernandes de Souza, 104 anos, carnavalesca, passista e madrinha da Escola de Samba Malandros do Morro é mãe, avó, bisavó e tataravó; 7 filhos, 23 netos, 42 bisnetos e 16 trinetos.
FONTE: TRIBUNA DO NORTE
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