Maior desafio: a luta em defesa do piso salarial



Educação e desenvolvimento precisam ser prioridades de forma concreta

Tecendo a manhã
João Cabral de Melo Neto

Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que amanha, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendo para todos, no toldo
(a manhã), que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, ele eleva por si: luz do balão.


quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Metas da UNESCO para a educação: posição do Brasil reflete descaso

A posição ocupada pelo Brasil nas metas da UNESCO reflete o descaso histórico com a educação e seus profissionais.
Mesmo com algumas medidas importantes como o FUNDEB, acesso ao livro didático, Brasil alfabetizado, entre outras, o país ainda está longe de fazer o investimento necessário para criar as condições de melhoria da qualidade do ensino.
A realidade dos professores é quase generalizada de desmotivação, doenças profissionais e defasagem salarial.
O Piso Nacional instituído é uma farsa. Equivalente à carga horária de 40 horas, nos Estados e municípios com 30, 25 e 20 horas, o valor não é de R$950,00 nem será
R$1.024,00. Então não é piso salarial. Esse valor deveria ser referente ao início de carreira do professor, mas em muitas situações a carreira não é respeitada, como no Rio Grande do Norte.
O exercício da profissão exige formação continuada e em serviço. Tempo para planejamento, estudo e pesquisa. No entanto, o Estado brasileiro não oferece condições de participação em cursos, seminários e congressos. A carga horária não considera a necessidade desse tempo disponível.
Os funcionários de escola, elementos importantes no processo educativo, são desconsiderados como trabalhadores em educação.
O ensino, muitas vezes baseado numa pedagogia tradicional e ultrapassada, conduz ao fracasso escolar e a evasão.
Enquanto o Brasil não investir efetivamente na educação e seus profissionais, a educação amargará baixos índices e o desenvolvimento nacional será retardado.

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